No Dia Internacional da Mulher, é preciso sepultar o machismo de Arthur do Val

Senhor Arthur do Val, as mulheres ucranianas não são fáceis, elas estão sozinhas, frágeis e sofrendo nessas filas de imigração, tendo que deixar pra trás… vidas, sonhos, empregos, escolas, casas e familiares, os quais talvez nunca mais conseguirão reencontrar. Caso tenham sido simpáticas e olhado para você, é porque precisavam de apoio e não de serem depreciadas e desvalorizadas na sua condição de ser mulher.

Ao nos depararmos com notícias do vazamento de áudios de um deputado estadual de São Paulo, eleito com o segundo maior número de votos, nos causa estranheza e perplexidade ao pensar na possibilidade de que esse número de eleitores possa ter escolhido como seu representante um misógino, sexista e sem capacidade de empatia com outros seres humanos. Isto pontua a possibilidade de que existam pessoas nos nossos ambientes de convivência que pactuam com tal atrocidade e desrespeito às mulheres.

O desrespeito é intensificado quando ele cita o “tour de blonde”, pois mais uma vez aponta mulheres loiras como mais suscetíveis às relações de abuso que homens, amigos dele, estabelecem, visando o próprio prazer deturpado e violento, e, diga-se violento, por desrespeitar as condições de vulnerabilidades que algumas mulheres se encontram inseridas para obter seus desejos sexuais puramente predatórios satisfeitos. E pior, ele dá dicas dos locais onde mulheres vulneráveis são encontradas com maior facilidade.

O que pensar sobre este homem e os seus amigos que receberam tal áudio. É uma tarefa difícil e revoltante tentar entender, pois ver um homem que se comporta como adolescente, e que usa tal fase do desenvolvimento humano para tentar explicar seus atos repulsivos e imorais, e que espera com tal justificativa abrandar o absurdo cometido, é de causar náuseas, é de trazer vergonha. Sr. Arthur do Val, talvez a alcunha “Mamãe Falei” possa traduzir a pessoa que você é, um ser regredido emocionalmente e dependente de aceitação, que quando fala traz os piores valores que um homem possa carregar como constitutivos de personalidade.

Como aceitar que um homem como o Sr. Arthur do Val seja representante da população paulista na casa das leis, este ser não entende nada de ser um humano, não entende nada da população de mulheres, que nesse Estado constituí 51% da população (dados da Fundação Seade, em 2020), não apresenta capacidade de empatia e autocrítica, pois não consegue se colocar no lugar do outro e nem reconhecer seus desacertos e tentar se desculpar, usa de justificativas escrotas e sem nenhum fundamento.

Nós mulheres sabemos que estabelecemos uma luta permanente pelo desmonte de valores patriarcais que existem na nossa sociedade e na maior parte do mundo, que precisamos educar as crianças para que possam aprender e entender o quanto é necessário e importante o respeito ao ser humano, a aceitação das diversidades, e a capacidade de amar ao outro sem diferenciar o seu sexo biológico, a sua orientação sexual, a sua condição financeira/social, e outras.

Tendo situações como esta expostas, precisamos entender que a luta continua, e que infelizmente, existem seres que tentam perpetuar tais valores machistas, misóginos e sexistas, todos permeados por muita violência manifesta e/ou latente.

#foraarthurdoval

*Por AASPTJ-SP

Imagem de destaque: George Campos / USP Imagens

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